No Pain, More Gain

Lateja, pulsa, dá pontadas, queima, arde, perturba, desmotiva, incapacita, ocupa todos os espaços.

A dor, essa experiência sensitiva e emocional, acompanha o ser humano desde sempre.

Apesar da presença remota, só há pouco tempo a dor tem tido a atenção merecida.

Os hospitais passaram a ter protocolo para controle de dor aguda e surgiram clínicas especializadas em dor crônica.

Isso mesmo; há pouco tempo nem o queimado recebia analgesia adequada nos serviços de pronto atendimento, e os recém-nascidos eram operados sem anestesia.

Agora, tudo está mudando.

Para o manejo da dor, é bastante útil diferenciar dor aguda de dor crônica. O tempo decorrido desde o aparecimento é o que separa as duas.

Mais de três meses de permanência, consideramos a dor como crônica.

A dor aguda normalmente está associada a alguma ameaça à integridade dos tecidos. Gera atitudes de escape, busca de apoio, medo e ansiedade.

Essas ações têm importante papel de proteção. Diagnosticar sua causa normalmente é fácil, e seu controle depende da eliminação dessa causa.

A dor crônica é mais complexa. À medida que ela se mantém, vai provocando alterações no sistema nervoso central e essa sensitização dificulta a terapia.

A dor evolui, deixa de ser um sintoma e passa a ser considerada uma doença.

Os componentes emocionais envolvidos na experiência dolorosa crônica podem ser mais significativos que os sensitivos.

Esses pacientes apresentam prevalência elevada de transtornos depressivos e de ansiedade, transtorno do sono e consumo excessivo de medicamentos paliativos.

A associação dor-depressão agrava ainda mais o sofrimento, compromete a adesão ao tratamento e a resposta aos medicamentos, acarreta isolamento social e privação de cuidados.

Outra motivação para o controle urgente e eficaz da dor persistente vem de estudos com ressonância magnética que constataram redução na massa cinzenta do cérebro de pacientes crônicos, quando comparados a controles saudáveis.

A boa notícia é que os recursos estão disponíveis. Essa área da saúde evoluiu expressivamente.

O portador de dor crônica, em especial, necessita alcançar a solução de seu problema com a máxima agilidade.

Fique atento. A atitude acomodada pode resultar em importantes sequelas.

Fonte: Dra. Simone Carrara, em Brasil Post

 

 

Postado por Simone Carrara

A Dra Simone Carrara, cirurgiã dentista formada na Universidade de Brasília e especialista em Disfunção da ATM (DTM), fundadora do Centro de Odontologia Integrada Simone Carrara, tem interesse em atenuar o sofrimento do ser humano e, por isso, escolheu a área da dor. Acredita que “informação é a ferramenta mais eficaz para o paciente.” Por isso, estará escrevendo sobre o tema e postando seus textos aqui e no portal Brasil Post.

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